Você tem uma longa conexão em Bogotá ? Confira nesse post o que é possível fazer na capital colombiana para quem tem algumas horas de espera na cidade.
Tem uma conexão em Bogotá? Nada de espera chata no aeroporto
Quem está pensando em viajar para destinos como Punta Cana, Cartagena e San Andres, já deve ter se deparado com alguns vôos saindo do Brasil que fazem longas conexões no aeroporto de El Dorado, em Bogotá. Foi o nosso caso, quando estávamos planejando nossa viagem à Punta Cana.
Ao invés de desistir da passagem (bem em conta, por sinal) por conta das longas conexões, fizemos o contrário. Procuramos as opções mais longas de conexão e ver o que tinha pra aproveitar por lá. Nem tudo saiu como o planejado, porém, ter saído do aeroporto durante a conexão em Bogotá enriqueceu nossa viagem e deixou um gostinho de quero mais.
Documentos Necessários para entrada em Bogotá
Para entrar na Colômbia, mesmo por algumas horas, é necessário apresentar passaporte ou carteira de identidade (RG) com menos de dez anos de expedição e bom estado de conservação. Não são aceitas identidades funcionais ou de categoriais profissionais.
É necessário também apresentar a passagem ida e volta do país, certificado internacional de febre amarela, e certificado de vacinação contra Covid-19.
É necessário também preencher o Check Mig, formulário solicitado na entrada e saída do país a partir de 72h antes do vôo.
Na primeira vez que entramos, a oficial da imigração pediu o comprovante de nossa hospedagem também. Na segunda vez, explicamos que estávamos em trânsito e apresentamos nossa passagem de volta ao Brasil agendada para algumas horas depois.
Não esqueça de verificar também a documentação exigida no seu destino final.
Planeje de acordo com o seu tempo de conexão em Bogotá
Nosso vôo de ida chegava as 11:40h da manhã em Bogotá e o vôo à Punta Cana só saia as 7h da manhã do dia seguinte, portanto, tínhamos bastante tempo para aproveitar. Na volta, chegávamos no aeroporto às 14:00, mas, o vôo seguinte saía às 21h.
Na hora do planejamento, é preciso considerar não só as horas disponíveis, mas também, o tempo necessário para os procedimentos aeroportuários (imigração, alfândega, e na volta, inspeção de segurança), sendo importante chegar com as 3h de antecedência solicitadas para vôos internacionais. Também é importante ficar atento ao trânsito na cidade, pois, Bogotá tem o pior trânsito da América Latina, então, perder a noção do tempo durante o passeio pode custar o vôo seguinte!
Por tudo isso, pensei em um roteiro a ser feito apenas na conexão de ida, quando tínhamos mais tempo. Não planejei nada para a conexão de retorno, pensando em dedicar esse tempo para fazer qualquer coisa que tenha faltado no primeiro dia ou, se ficasse com preguiça de sair, apenas desfrutar o tempo em alguma sala VIP.
Essa foi uma boa decisão, pois tudo que planejamos no primeiro foi por água abaixo. Literalmente. Choveu muito em Bogotá e não conseguimos fazer quase nada do planejado. Tivemos que correr pro hotel e depois só saímos para jantar. Por isso, a maior parte do que planejamos só foi feito na conexão da volta.
O que fazer uma conexão em Bogotá
Como há pouco tempo é necessário priorizar! Por isso, inicie o seu roteiro com aquilo que você mais deseja ver. Como eu tinha um dia completo, planejei iniciar o roteiro na região da Candelária, ver fim do dia no Cerro de Monserrate e passar a noite na Zona Rosa. Com a chuva, entretanto, mal conseguimos ver a região da Candelária (que contemplamos no segundo dia) e não vimos o Cerro. É possível fazer tudo, mas recomendo começar com a região que você se identifica mais.
Região da Candelária
Nosso passeio iniciou pelo Museo del Oro, um dos mais importantes da Capital. A entrada custa 5 mil pesos e está aberto de terça a sábado das 9h às 19h e domingos das 10h às 17h, sendo que, nesse último dia a entrada é gratuita.
São 4 salas de exposições permanentes que possuem desde objetos metalúrgicos antigos, passando por temas místicos e cerimônias envolvendo o metal, até sua importância histórica para a Colômbia. Confesso que com o Luquinhas não exploramos todo o museu, mas o achamos interessante.
Em frente ao Museu fica o Parque Santander. O que achei mais interessante foi que, ao redor desse parque haviam várias barraquinhas com comidinhas locais (ao menos no domingo, dia que visitamos). Havia uma certa confusão urbana que me lembrou os arredores da rua Uruguaiana, no Rio de Janeiro.
Seguimos a Carrera 7, em direção à Plaza de Bolívar. Nessa rua há franquias como o Mc Donalds e Subway. Geralmente preferimos restaurantes locais, mas como era o primeiro dia de viagem e ainda tínhamos um vôo pela frente, não quisemos arriscar…
E foi nessa parada também, que nosso roteiro estacionou, pois iniciou uma chuva de granizo. Quando o granizo parou até tentamos seguir com capa até a Plaza de Bolívar, mas a chuva era tanta que não conseguimos continuar. Por isso, prossigo o roteiro por aqui, mas esse trajeto, só consegui fazer no último dia de viagem.
A Plaza de Bolívar é considerada o coração da cidade, tendo sido palco de grandes manifestações e contando com prédios importantes como o Palácio da Justiça, o Congresso Nacional, a Capela do Sagrado, o Palácio Arzobispal e o Liévano e o prédio que mais chama atenção: a Catedral Primada (que estava fechada quando fomos).
Para quem vai com crianças, o grande atrativo da praça são as lhamas. Cobraram cerca de 10.000 pesos colombianos para o Lucas apenas montar na lhama. (Para adultos posarem ou caminhar pela praça são outros valores).
A praça era bem bonita e uma curiosidade: por lá ficam fotógrafos oferecendo fotos junto aos pombos, assim como ocorre em Veneza. As fotos são bacanas, mas acho os pombos bem nojentos! Há quem goste…
Prosseguindo pela Calle 11 chegamos ao Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez. Como sou fã do escritor, quis incluir no roteiro. Além fazer uma visita, aproveite que o local tem uma sede do famoso café Juan Valdez. Achamos bem parecido com o café brasileiro, ou seja, é bom!
Ainda na mesma rua, mais a frente encontra-se o Museu Botero, um dos principais da capital colombiana. Em seu acervo, centenas de obras do colombiano Botero e de outros artistas como Renoir, Degas, Monet e Picasso. E o melhor: a entrada é gratuita!
Finalizando o passeio, um pouco mais adiante, conheça a igreja que dá nome ao bairro, La Candelaria. Se houvesse mais tempo, eu provavelmente incluiria no roteiro o Chorro de Quevedo, local onde Bogotá foi fundada, a imponete igreja do Carmo e algum dos outros tantos museus e centros culturais nesse caminho… mas, para as horas que tínhamos, achei que o passeio foi bem satisfatório.
Cerro de Montserrate
Esse foi o atrativo que planejamos ir e não conseguimos, por conta da chuva que pegamos… mas se você tiver sorte com o clima, é possível fazer o roteiro acima e depois pegar um taxi/uber até a estação que dá acesso ao atrativo, que é o mais famoso da cidade.
O Cerro (montanha) está a aproximadamente 3 mil m de altitude o que proporciona uma visão ampla da cidade a partir de seu mirante. A subida pode ser feita por teleférico ou funicular, que possuem o mesmo preço, sendo possível subir por um e descer por outro. Também existe uma trilha, não indicada para turistas com poucas horas na cidade…
Além da vista, no local existe a Basílica de Monteserrate, o que faz do atrativo importante também para o turismo religioso.
Zona Rosa
Outra região famosa na cidade é a Zona Rosa, ou Zona T, que concentra bares, shoppings e lojas famosas. Trata-se da região mais balada de Bogotá, em especial, aqueles estabelecimentos contrados na zona T (Calle 83 e Carrera 12).
Em nossa visita ficamos impressionado com o tamanho de lojas como a Zara, Boss, Forever 21 e Harley-Davidson, mas não nos detivemos nas compras, por isso não podemos falar sobre preços.
O foco da nossa visita foi o restaurante que resolvemos experimentar aquela noite, um dos mais famosos da cidade: o Andres Carne de Res. Como tudo na região, o restaurante é enorme, ocupando quatro andares, onde cada um representa uma escala entre o inferno e o céu (nossa mesa ficou no purgatório). E atenção: é necessário fazer reserva!
Nossa experiência no Andres Carne de Res
Começamos provando um Ajiaco, uma tradicional sopa colombiana feita com diferentes tipos de batata que nos lembrou uma canja. Gostamos.
Como prato principal pedimos um lomo al trapo que consiste em uma preparação diferente do filé: enrolado em um pano com vinho tinto. Confesso que não senti nenhum sabor diferente,mas estava bom e os molhinhos que acompanharam eram gostosos também. Para acompanhar provamos uma cerveja local. A atmosfera do restaurante era bem legal e o atendimento foi cortês.
Mas atenção! Nós só conseguimos ficar no restaurante até as 20h!
Antes de viajar, havíamos lido sobre uma lei (ou regra) colombiana (ou seria de Bogotá?) que não permitia a presença de crianças em locais que servem bebida alcóolica. Por isso, antes de fazer reserva entramos em contato com o restaurante que informou o limite de horário. Entendi que depois, o restaurante ficava mais com cara de balada , com show,música ao vivo, etc, mas não entendi muito bem se a restrição à crianças era própria do local (por se ‘transformar’ em boate) ou se tinha relação com a bebida alcóolica ( o que não faz muito sentido, pois pedimos cerveja antes das 20h, sem restrições)…de toda forma, se está viajando com crianças consulte o estabelecimento sobre o horário de permanência.
Como montar o seu roteiro por Bogotá
Agora que você já sabe mais sobre as principais atrações da cidade, na hora de montar o seu roteiro durante sua conexão em Bogotá, considere os seus gostos pessoais e comece pelo que mais gostaria de visitar.
Se curte compras, comece pela Zona Rosa (e se puder volte a noite). Se curte espaços amplos, natureza, e ver a cidade de cima, comece pelo Cerro, e se preferir um roteiro mais cultural, comece por La Candelaria. Dependendo da sua velocidade, é possível fazer as três regiões se você tem o dia todo de conexão em Bogotá, iniciando pelo Cerro ou pela Candelaria e finalizando a noite na Zona Rosa.
Porém, se você tem poucas horas, ou o seu intervalo cai na hora do rush, muito cuidado, pois o aeroporto fica a cerca de 30 minutos dessas áreas sem trânsito! Em uma estimativa, em uma conexão de 6h, é até possível sair do aeroporto, visitar uma das regiões e retornar com segurança, mas com o tempo justo.
Se você vai se hospedar na cidade e só vai pegar o outro vôo no dia seguinte ( como a gente), pense em onde se hospedar em Bogotá para facilitar o seu planejamento e o tempo de deslocamento ao aeroporto.
Se você tem menos do que 6h de conexão em Bogotá, eu não recomendaria sair do aeroporto. Considere o trânsito, os processos imigratórios e depois todo o trâmite para retornar ao aeroporto, que é muito cheio, ou seja, tudo isso pode ser bem demorado. Calculo que sobraria 1h para ver algo na cidade, o que não compensa. Uma opção para passar o tempo seria visitar uma sala vip!
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